Trilhos

Estou há 8 meses no Japão e posso dizer que as distâncias que percorri até agora nesse país foram primordialmente pelos trilhos. Nunca andei tanto de metrô e trem. E estou testemunhando aqui o sistema de transporte coletivo ideal. Entre as cidades principais, o trem-bala, chamado aqui de Shinkansen, é a conexão mais rápida. A primeira linha do trem-bala japonês entrou em operação em 1964, ligando Tóquio a Osaka.

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Vale a pena mostrar para vocês o encantamento dos meus filhos quando viram o primeiro chegar:

Andar de Shinkansen é caro. A viagem de Tóquio a Kyoto, que percorre 513.6 km em 2 horas e 15 minutos, custa em torno de 300 reais. Eles partem exatamente no horário marcado. Se na passagem está escrito 8:54, às 8:55 o trem já não vai mais estar na estação. Uma atração à parte é ver a eficiência dos funcionários para limpar tudo entre uma viagem e outra. Assim que os passageiros saem, rapidamente eles entram, trocam as toalhinhas das cadeiras e arrumam os vagões. É claro que não tem muito o que limpar, porque os japoneses não deixam lixo para trás.

De dentro do trem-bala, a viagem é suave, mesmo estando a 300 km por hora. Só percebemos mesmo o quanto o trem é veloz quando estamos em alguma estação e vemos um passar.

Os trens mais lentos, que operam nos trajetos que ligam as cidades menores, também funcionam perfeitamente, com conforto, segurança e pontualidade. Nas estações, não importa o quão pequena seja a cidade, tem-se a conexão com o metrô local ou um terminal de ônibus. As estradas são um complemento da estrutura de transporte principal, composta pelas ferrovias.

As estações de trem estão sempre cheias, os japoneses viajam muito. Cada um com sua malinha, inclusive as crianças. E todas as estações têm armários para guardar as malas. É só colocar uma moeda e ir passear pela cidade até a hora do próximo trem ou de fazer o check-in no hotel.