Não é justo

Acredito que meu trabalho em educar meus filhos não é só dar a eles as ferramentas necessárias para sejam felizes e tenham uma vida bem sucedida.  Eles têm que ter consciência do quanto são privilegiados e de que, exatamente por causa disso, devem ser, quando adultos, agentes transformadores.

Parte da educação é despertar nas crianças a responsabilidade social e global e a experiência que meu filho de 10 anos está vivendo na escola internacional aqui em Tóquio é sensacional.
O método de ensino se concentra em unidades de investigação. A cada dois meses, todas as disciplinas são associadas a um tema. Já passaram por saúde, metodologia científica, comunicação artística e agora o tema é “Não é justo”.
A ideia central: As pessoas do mundo têm diferentes direitos, responsabilidades e oportunidades.
Questões conceito: quais são os direitos das crianças e por que eles existem?; quais são as nossas responsabilidades, direitos e oportunidades?; quais são as responsabilidades, direitos e oportunidades das crianças que são obrigadas a trabalhar?
Enquanto participam de diversas simulações de trabalho infantil, as crianças são estimuladas a refletir e comparar a sua própria vida com a dos outros meninos e meninas que não são tão privilegiados.
Antes de começarem a entrar em contato com o sofrimento e as inacreditáveis injustiças que tantas crianças no mundo vivem, os professores fizeram um experimento na própria sala de aula. Alguns alunos foram aleatoriamente escolhidos para jogar em novíssimos ipads enquanto os outros foram obrigados a fazer uma provinha bem chata. “It’s not fair!!”, eles falaram para o professor. Depois do recreio, tudo foi explicado e eles sentiram um pouquinho do que é ser sofrer uma injustiça.
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Eles estão lendo o livro “Parvana”, da escritora canadense e ativista Deborah Ellis, que conta a história de uma menina afegã que precisa trabalhar em um mercado em Cabul para ajudar a família e para isso tem que se disfarçar de menino.
Além disso, assistiram esta semana a esses dois vídeos: