O Daibutsu de Kamakura

Daibutsu em japonês significa Grande Buda, e o que fica em Kamakura, cidade a uma hora de trem de Tóquio, tem 761 anos. A imensa estátua de bronze, com 13,4 metros de altura, foi construída em 1252 e de lá para cá aguentou firme a passagem de terremotos, tufões e até uma tsunami.

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Durante seus primeiros dois séculos o Buda de Kamakura contou com vários santuários para protegê-lo, construídos um após o outro e sempre destruídos por desastres naturais. O primeiro, feito em 1243, aguentou de pé apenas 5 anos, abatido por uma tempestade. O mesmo aconteceu com o segundo, que foi abaixo em 1334. A história foi se repetindo, templo após templo, até que uma tsunami em 1498 varreu o último deles. Desde então, o Grande Buda está lá, ao ar livre,  sem proteção e inabalável. Uma metáfora desse país tão atingido pelas forças de natureza.

É possível entrar dentro da estátua, e imaginar a dificuldade do trabalho feito há 7 séculos e meio. As placas de bronze foram soldadas como em uma colcha de retalhos:

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A estátua de Kamakura é uma representação do Buda Amitâbha, que significa “luz infinita” e é reverenciado pela grande maioria dos budistas japoneses. A protuberância entre as sobrancelhas, feita de prata, representa o lugar de onde ele emitiria raios de luz para iluminar todos os mundos do universo.  Seu cabelo é feito de 656 cachos enrolados no sentido horário.

A posição de meditação do Daibutsu, com as pernas cruzadas e o corpo ligeiramente inclinado para frente é a mesma utilizada pelos seguidores da escola Zen budista japonesa.

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O grande terremoto que atingiu a região em 1923 não abalou a estátua, mas destruiu sua base, que foi reforçada e hoje é capaz de resistir a grandes tremores.