Meu marido, Márcio Gomes, deu uma aula de jornalismo na cobertura da tragédia causada pelo tufão Haiyan, que atingiu as Filipinas no dia 8 de novembro. Ele e o repórter cinematográfico Luciano Tsuda ficaram dois dias sem dormir, sem abrigo e quase sem comida. E a entrada ao vivo que fizeram para o Jornal Nacional no dia 13, na minha opinião, foi magistral.
Através dos meios de comunicação de massa, temos acesso ao que é considerado notícia, não importa em que canto do planeta. Mas tantas imagens chocantes, emocionantes e impactantes acabam se misturando em nossa percepção. O que sentimos ao acompanharmos o noticiário de fatos que nos cercam, nos afetam pessoalmente, é geralmente muito diferente da nossa reação aos acontecimentos que afetam os outros, especialmente do outro lado do mundo, em um país com o qual não temos qualquer relação.
No caso da cobertura nas Filipinas, a reação de quem assistiu ao testemunho do repórter Márcio Gomes não foi de frieza ou distância, mas de identificação. Por quê? Porque ele foi lá, sentiu na pele uma amostra da situação que aquelas pessoas estavam vivendo, foi afetado pelo que sentiu e passou para os telespectadores esse sentimento. Simplesmente olhou para a câmera e contou a história, como um desabafo. Isso gera uma relação de identificação do público com o jornalista e com os fatos, apesar de estarem tão distantes física e culturalmente.
O Repórter com R maiúsculo vai para onde está a notícia, quer estar lá, não importa os sacrifícios necessários. Testemunha, observa, absorve as informações mais importantes mas também os detalhes, expressões, sensações. Tudo isso o afeta profundamente e a cada reportagem, as experiências vão se acumulando e contribuindo para que a próxima seja ainda melhor. Quando, de nosso sofá confortável na sala de casa, sentimos um pouquinho do sofrimento de quem está tão longe, é por causa do jornalismo bem feito. Tenho um imenso orgulho da maneira como meu marido honra essa profissão tão fundamental e importante.
A matéria do Marcio foi realmente maravilhosa! Apesar de todas as matérias que temos visto sobre esta catástrofe, Marcio conseguiu nos levar por alguns instantes para aquele lugar e sentir com ele a imensa dor e o desespero daquelas pessoas! Foi emocionante…
Parabéns Marcio! Parábens Taiga, por ser essa mulher corajosa e pelo trabalho no blog que está ficando cada vez mais consistente e interessante.
Um beijo enorme pra vocês.
Obrigada, minha irmã do coração!
Oi Taiga, de fato vc tem toda razão ao elogiar o trabalho jornalístico do Marcio e do repórter cinematográfico. Eles foram corajosos ao enfrentarem o desconhecido em busca das notícias e das imagens da realidade de uma tragédia natural que trouxe muita tristeza para todos. Seus trabalhos foram elogiados pelos colegas de profissão da Globo. O que eu gostaria de ressaltar é a sua demonstração pública de admiração pelo profissionalismo e da capacidade de trabalho do SEU MARIDO (não colega mas MARIDO) . Muito bonita a sua atitude. Quanto carinho!!!! Parabéns e bjs a todos.