Há anos que venho refletindo muito sobre a grande revolução que impactou especialmente a minha geração, os nascidos na década de 70. Fomos educados para o século 20, em escolas tradicionais que focalizavam o aprendizado do conteúdo. Fomos preparados para conquistar um emprego estável, de preferência ficar na mesma empresa por toda a vida, até a aposentadoria. Considero que a mudança que começou a acontecer no mundo no início da nossa vida adulta seja tão ou mais radical do que a Revolução Industrial.
Estamos na era da comunicação. Os empregos não são mais estáveis. O profissional tem que ser criativo, saber se relacionar com os outros, falar línguas, não ter medo de mudar de emprego. Se acomodar em uma estabilidade, nem pensar.
Acho que a minha geração foi a que mais sofreu e sofre com todas essas mudanças. Sofremos no mercado de trabalho e também para criar nossos filhos.
Para mim, isso tudo é fascinante. Sempre busquei para os meus filhos uma educação voltada para esses desafios. A escola das crianças aqui em Tóquio foi fundada para preparar os futuros adultos desse novo mundo. Traduzi para o português o lema da TIS, que foi colocado na parede do hall de entrada nas diferentes línguas faladas pela comunidade multicultural que tem os filhos lá.
Já tenho escrito bastante sobre esse assunto aqui no blog, e muitos outros posts virão. Uma constatação importantíssima feita pelo fundador da escola, com quem eu já tive o privilégio de conversar várias vezes, é que as crianças passam apenas 20% do seu tempo na escola (isso no caso do Japão, em outros países, pode ser até menos). Portanto, os pais são os principais educadores. A maior responsabilidade está em nossas mãos.
Não temos a menor ideia de como será o futuro, de que profissões existirão quando as crianças de hoje forem adultas. O que podemos fazer é ajudá-los a desenvolver as ferramentas necessárias para enfrentar o que vem pela frente. E cultivar neles os valores fundamentais, que são muitos:
Empatia, entusiasmo, curiosidade, confiança, tolerância, respeito, criatividade, gratidão, compromisso, independência, cooperação, integridade. Responsabilidade social, consciência ecológica, generosidade. Ufa!! A missão que temos como pais é difícil e maravilhosa.
O vídeo abaixo mostra, através de uma animação simples, alguns desses valores. Eles devem ser capazes de trabalhar em cooperação, pensar em conjunto, não ter medo de experimentar, se arriscar. Não existe fórmula pronta a ser aprendida, decorada e seguida. Isso hoje é feito pelas máquinas, pelos computadores. Mas só o homem pode ser criativo, pode somar forças com pessoas diferentes. Estar aberto ao outro é fundamental.
Taiga querida!
Como estão vocês? E os nossos lindões? Tomara que estejam bem adaptados e seguros!
Muito interessante seu artigo e não é nas ventas que eles pensam e atuam da maneira que você depõe no contexto, lá se vão anos de valores experimentados, avaliados, pensados e sobretudo atualizados para estarem onde estão e a nossa cultura latina no “oba-oba” e do “samba lelê” . Fico muito pessimista com o Brasil sobretudo o desse desenho atual.
Sou filha de um pai que amou isso aqui com dentes afiados, nos educou há 58 anos atrás ( não conta pra ninguém!!!kkkk) com praticamente aqueles princípios pontuados ali no doc da escola daí. E ó que eu tomei muita surra de cinto!!! Eu era terrível , morávamos em casa com árvores e vivia dependurada, mas na hora de estudar, de acordar, de ajudar a nossa mãe, estava eu lá sem questões.
A grande maioria dos filhos por aqui tem muitas escolhas e a insegurança é produto dessa conduta.
Enfim, vamos trocar sempre, vc me conhece um pouco e sabe que eu gosto de pensar alto esse MATTER.
Tenho trabalhão amanhã cedo e não deixo furo porque amo o que eu faço!
Um beijo carinhoso no coração pra vocês 4 .
Bj
Que lindo texto Concordo com tudo plenamente e sinto cada dia mais a importância dos pais na educação dos seus filhos escolhi viver no japao por esse motivo pq aqui a escola puxa os pais para participar das atividades da escola, uma pena que muitos pais esteja deixando esta função para a escola, professores, e terceiros
e Maravilhoso como Mae particpar de cada atividade da crianca seja na escola ou em outras atividades conhecendo amigos e vivenciando novos momentos .
[…] de 10 anos vive em um mundo completamente diferente do meu e, como já escrevi aqui no blog em A educação para o século 21, considero que educar crianças dessa geração é um desafio imenso. Um dos maiores interesses do […]
Que lindo texto Taiga! Concordo com tudo plenamente e sinto cada dia mais a importância dos pais na educação dos seus filhos! Mas hoje em dia vejo muitos pais terceirizando esta função para a escola, para os professores, para as babás , os avós e quem mais aparecer pela frente Nina está na escola alemã e Lara na americana, aqui no Rio. Gosto muito das duas escolas, mas vejo muito mais essa preocupação de se união do grupo na Escola Americana: trabalhar a auto cofiança da criança, estimular a falar em público, apresentar projetos para turma , ler , ler , ler e o principal, conviver com as diferenças. São pessoas do mundo todo, culturas que se fundem, e com isso, crianças e pais convivem, lado a lado, com costumes diferentes, desde o lanche da amiga japonesa, que leva sushi, até o cheiro diferente ( de curry) da amiga indiana !! O aprendizado das letras, números e história é valioso e necessário mas a convivência com o outro, seja parecido ou diferente, para mim, hoje em dia, vale muito mais! A experiência de morar no Japão será riquíssima nesses próximos anos para vocês e suas crianças! Aproveitem o melhor dela ! Beijo grande !!!
Adriana, amiga tão querida, companheira de aventuras – já faz tanto tempo… Me emociono em saber que está lendo meus textos, de alguma forma assim continuamos a nos comunicar. É realmente fascinante acompanhar nossas crianças nessa jornada rumo à vida adulta, e eles nos ensinam tanto! É tão bom, como mãe, estar envolvida no processo educacional, conhecer os amigos, partilhar das experiências. Um beijo!!