Resolvi escrever este post depois de ver o vídeo que mostra o repórter da Globo News sendo agredido e impedido de trabalhar durante uma manifestação no dia 7 de setembro de 2013. Deixei o Brasil dias antes de começarem os primeiros protestos. Estou longe, muito longe geograficamente de tudo o que está acontecendo por aí. Mas sou jornalista e abordei o tema da complexidade das relações entre a televisão e a sociedade na minha dissertação de Mestrado.
O que me incomoda muito é a força que ganha novamente a visão maniqueísta e simplista sobre o tema. Esse é o caminho fácil: explicar tudo como se existisse o bem e o mal, o certo e o errado. Não é assim. Não há repostas, mas sim vieses, mediações, negociações.
A relação entre Comunicação de Sociedade é discutida exaustivamente por autores da América Latina, Europa e Estados Unidos há anos. Duvido que algum desses jovens que agridem jornalistas na rua já tenham lido esses textos ou tenham se aprofundado sobre essas questões. Quando se tem 18, 20 anos, a prepotência é muito maior do que o conhecimento, a experiência de vida. Eu também já fui assim.
Diria para um menino desses o seguinte (é claro que ele não iria me escutar…): Leia muito, conheça história, geopolítica mundial, literatura. Rale muito em uma redação de jornal ou TV, vire a noite em plantões, vá ver como é a rotina de um repórter de rua. Daqui a 20 anos a gente conversa de novo…
[…] A ética é o remédio para a angústia gerada pela constatação de que vivemos em um mundo complexo, porque ela é simples, clara, e pode estar presente em diferentes ideologias, culturas e […]