Meu filho de 10 anos vive em um mundo completamente diferente do meu e, como já escrevi aqui no blog em A educação para o século 21, considero que educar crianças dessa geração é um desafio imenso. Um dos maiores interesses do Felipe é o Minecraft. E eu, aos poucos, tento enxergar o que está acontecendo do outro lado da tela…
No meu humilde entendimento, limitado pelo choque geracional, o Minecraft é um mundo virtual teoricamente infinito, composto por blocos que podem ser quebrados e remontados. Os jogadores usam picaretas para “minerar”, procurando as matérias primas que permitem que se construa o que quiserem. Não há vencedores ou perdedores, só exploradores. No modo sobrevivência, os Creepers são a ameaça. Meu conhecimento sobre o assunto fica por aqui, por isso pedi a ajuda do Felipe. Ele explica um pouco de suas criações:
“Essa é uma fazenda onde crio as galinhas, que são minha comida, e planto trigo para fazer pão. Tem uma fonte de água infinita e a minha casa que é debaixo da terra. A entrada é aquela construção de madeira”.
“Isso é a minha mansão com uma loja de compras em cima e uma piscina coberta. O mundo também tem várias ‘pixel arts’, que são esculturas feitas de blocos, como o sabre de luz e o cogumelo com várias rosas em cima. Tem também uma fazenda de cavalos e um parkour que vai até o rio.”
“Essa é uma casa normal no Minecraft. Tem um baú para guardar coisas que você não vai usar, tem uma fornalha para esquentar comida e minérios, tem uma bancada de trabalho para eu fazer novos blocos e mais duas coisas extras: uma bigorna e uma jukebox. E uma cama para dormir.”
“Isso é o meu mundo de ‘redstone’, que é a energia do Minecraft. Você vai precisar de redstone para fazer o trilho de um trem funcionar ou então a luz da sua casa acender.”
“Se você for profissional, pode mexer com blocos de comando, que são coisas que fazem você se teleportar ou até criar uma versão 3D do Mário Bros! Um exemplo de comando é:
Agora voltando ao relato da mamãe:
O que eu sei é que o jogo estimula demais a criatividade e é bem interessante. Consigo entender porque faz tanto sucesso.
Assisti a uma palestra de um professor de línguas que usa o Minecraft como ferramenta de ensino. E esse é o caminho que a escola do meu filho tenta trilhar, porque não tem como evitar que as crianças de hoje estejam imersas na tecnologia.
Os computadores e tablete são muito utilizados na Tokyo International School. Ao mesmo tempo, de todas as escolas que já conheci na vida, essa é a que mais valoriza o livro. As crianças de lá leem muito, contam com um biblioteca maravilhosa, participam de concursos de leitura e adoram o bibliotecário John. Essa é a prova de que a Internet, o Minecraft, os tablets e as redes sociais não precisam substituir a leitura. Percebendo isso, nós pais de outra geração podemos tentar um pouco parar de lutar contra o que é o mundo dos nossos filhos, porque esse mundo não exclui os valores fundamentais que queremos passar para eles. Dá para ler e minerar…
Tenho um filho de 7 anos e sofro jogando com ele no Xbox One!
Republicou isso em Minecraft 18.
Adorei ! Fica a dica para os pescadores de ideias!
Estou acompanhando os próximos posts.
Sempre atenta!
Que bom ter você por aqui, Fernanda! Se você clicar na aba Educação do blog, vai ver todos os posts que já escrevi sobre o assunto. Se puder compartilhar, vou adorar!
Perfeito Taiga! Penso da mesma forma.
A falta dessa percepção tem me incomodado na escola .Ja li que em São Paulo ,há várias escolas aproveitando o Minecraft em projetos pedagógicos. Inclusive há programas específicos para serem usados na escola.